Observar a beleza de plantas envelhecidas sob nossos cuidados é prazeroso e cativante. E é justamente com essa ótica que se pode compreender a profundidade da arte do bonsai. Podar, aramar, fazer "jins" e "sharis", ou seja, fazer acrobacias técnicas com as plantas é o nível mais superficial do aprendizado. E por quê?
Porque como nas artes marciais, e noutras atividades da cultura oriental, o bonsai também nasceu de uma relação mais íntima homem-natureza. É nesse relacionamento interativo que o homem extrai as lições de sabedoria e aprimoramento. Através do silêncio contemplativo, da observação, de vivenciar o tempo da natureza que é diferente da nossa cronologia. E da relação afetiva do artista com suas plantas que fazem a verdade do bonsai surgir.
Um bonsai "pronto", após anos de cultivo, traz consigo toda a força de uma velha árvore centenária encontrada na natureza. A emoção, a sensação de paz, harmonia, força e longevidade experimentada na presença de um espécime na natureza, também é sentida diante de um bonsai.
Enfim, cada pessoa busca o seu caminho para a iluminação, e o bonsai pode ser um.
Cultivar bonsai pode ser mais que um hoby, pode levar ao alcance de níveis mais elevados da interação homem & natureza, tornando-se uma filosofia de vida o caminho do bonsai, ou seja o bonsai-dô.
